O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMG) continua trabalhando para combater os vários focos de incêndio em todo o estado. O fogo continua a arder nas proximidades do distrito de São Bartolomeu e a ameaçar a Floresta Uaimii e a Serra da Gandarela. Nesta quarta-feira (22/9), o dia começou com três grandes focos, sendo que um deles foi debelado, graças à intervenção de brigadistas da Floresta Uaimii e do IEF.
Mas, segundo um morador do Engenho D’água, a situação é muito preocupante. “O problema é que as chamas estão chegando onde ficam as árvores centenárias, ou seja, se chegar até elas, a destruição será enorme e irreparável.
Outra moradora conta que o Engenho D’água é um pouco distante do local do incêndio, no entanto, de sua casa ela pode ouvir o estrondo do fogo em bambuzais. “É muito próximo às matas da minha propriedade e de dois vizinhos confrontantes comigo”.
Essa moradora diz que já fez contato com o Corpo de Bombeiros solicitando, inclusive, suporte aéreo, “mas eles me informaram que esse pedido têm que ser feito pelo coordenador das brigadas que estão em trabalho no local”.
Rola Moça
O Parque Estadual do Rola Moça voltou a ser preocupação na Grande BH. O chamado de alerta para o Corpo de Bombeiros aconteceu às 15h, e os militares atuaram durante o dia com três equipes, já dentro do Parque, em conjunto com os brigadistas próximo do Pontilhão. Foi necessário o apoio de quatro aeronaves Air Tractor , aquela que recolhe água e a despeja sobre o incêndio.
A preocupação se torna maior pelo fato de ser necessário a atuação em duas frentes. Além dessa, próximo do Pontilhão, a outra combateu uma linha de fogo que avança em direção ao parque em uma área de difícil acesso. Dez bombeiros participaram da operação no parque. Esse fogo vem da direção do Solar do Barreiro.
No total, além das equipes dos bombeiros e dos aviões, a ação teve o apoio de 39 brigadistas do Parque, que deram o primeiro combate às chamas. No início eram só eles, mas como o fogo se intensificou, foi necessário acionar o Corpo de Bombeiros.
Carrancas
Um incêndio teve início nesta terça-feira (21/9), numa reserva florestal de Carrancas, já no fim da tarde. As chamas ainda não foram controladas. A Brigada Voluntária Lobo Guará junto ao Batalhão do Corpo de Bombeiros de Lavras, está combatendo o incêndio. Não se sabe, ainda, o tamanho do impacto ou área queimada.
O fogo começou perto da Cachoeira da Fumaça e rapidamente se espalhou em direção ao Morro da Teta e Complexo da Toca. Outro foco teve início do outro lado do asfalto, ameaçando residências e pousadas do local.
Nesta quarta, houve o acionamento dos bombeiros por volta de 13h30, na Cachoeira da Fumaça. Os bombeiros de Lavras estiveram no local e apagaram as chamas. Suspeita-se que ambos os incêndios tenham sido criminosos.
Sob controle
No Riacho das Pedras, em Contagem, houve o acionamento por volta das 19h, contudo as chamas se extinguiram antes da chegada dos bombeiros, ou seja, é considerado controlado.
Em Santa Luzia, no Bairro Rosarinha, os bombeiros foram acionados às 18h45 de terça-feira, para um incêndio em mata. Uma equipe esteve no local e apagou as chamas usando 4.500 litros de água e abafadores. Os bombeiros voltaram ao local nesta quarta e não encontraram mais focos. A área queimada é de cinco hectares, aproximadamente. Não houve danos às residências.
No Bairro Taquaril, o incêndio foi finalizado. A informação foi dada nesta quarta-feira pelos bombeiros, confirmando o que havia sido anunciado no final da noite de terça.
No Pico do Itacolomi, em Ouro Preto, também a informação do Corpo de Bombeiros é que o incêndio foi controlado. No entanto, brigadistas e moradores foram alertados a entrar em contato com os bombeiros caso surja um novo foco.
Em Santa Juliana, no Triângulo Mineiro, o fogo aconteceu na vegetação de uma propriedade rural, na fazenda Recanto da Felicidade, na altura do quilômetro 233 da BR-462. O chamado ocorreu na terça-feira, por volta de 14h30. Era um incêndio em vegetação. No local, o Corpo de Bombeiros Militar de Araxá, com o apoio do proprietário e funcionários da fazenda, utilizando equipamentos de combate a incêndio e com assistência de uma aeronave agrícola carregada com água, debelaram o incêndio que destruiu cerca 300 hectares de vegetação. A duração do combate foi de três horas e 30 minutos.
Uma unidade de Conservação, dentro do Parque Estadual Pico do Itambé, foi atingida pelo fogo. Bombeiros de Diamantina foram acionados em apoio ao IEF e à gerência do Parque Estadual Pico do Itambé para debelar as chamas no parque durante a madrugada de terça-feira.
No primeiro dia, o combate começou às 5h, uma base foi montada no campo de futebol na cidade de Santo Antônio do Itambé. Lá já se encontravam equipes do IEF e da Polícia Militar.
Uma aeronave da Polícia Civil levantou voo para um levantamento da área que pegava fogo. Ainda na parte da manhã, foram empenhadas equipes por terra. Na parte da tarde, os bombeiros foram a campo para combate em uma linha de incêndio juntamente com três brigadistas do IEF.
A guarnição retornou às 17h15min, quando foi definida a forma de combate no dia seguinte. Nesse segundo dia, terça-feira, os trabalhos foram iniciados por volta das 6h da manhã. Foi feito o briefing com a coordenação do parque e a equipe aérea da COMAVE para criar as estratégias para o combate. Depois disso, a equipe foi dividida em três, para o combate em uma das três linhas de incêndio.
Os trabalhos foram feitos, nesse segundo dia, em três linhas extensas de incêndio. Cerca de 400 hectares já foram queimados nos dois primeiros dias. O combate está sendo feito com o apoio de 15 brigadistas.
As maiores preocupações são com a inclinação do terreno e a altura da vegetação, o que faz com que o incêndio se propague muito rapidamente. As três linhas foram controladas até o final do dia, no entanto, existem outros focos ao lado do Pico do Itambé, e o fim da luz natural impediu a continuidade dos trabalhos.
Nesta quarta, as chamas no parque se mostravam controladas, com fumegamento apenas em alguns pontos, a maioria em vegetação já queimada. A administração do Parque continuará monitorando toda a área e acionará os bombeiros novamente se necessário. A área queimada é estimada em 400.000m².
LUTO
Um dia triste na história do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. Na tarde desta terça-feira (22/9), o 2º sargento Carlos Roberto Silva, que é natural de Barbacena, morreu depois de passar mal durante a operação de combate a incêndio florestal no município de Arinos, no norte de Minas. O militar teve um mal súbito que evoluiu para uma parada cardiorrespiratória durante o combate às chamas e faleceu no local.
Segundo o major Thiago Lacerda Duarte, que comanda as operações em Arinos, o sargento era um dos quatro bombeiros de Barbacena que tinham ido reforçar a o combate ao fogo, que já destruiu 15 mil hectares, esse cálculo, da última segunda-feira. Carlos Roberto estava em Arinos há uma semana.
“Nessa semana, nós estávamos com o apoio de quatro militares de Barbacena, que vieram nos ajudar. Infelizmente, um deles, hoje, teve um mal súbito, desmaiou e depois evoluiu para uma parada cardiorrespiratória e veio a óbito”, explica o major.
O município de Arinos decretou luto oficial de três dias, soltando a seguinte nota: “NOTA DE PESAR: A Prefeitura Municipal de Arinos lamenta a morte do 2º Sargento do Corpo de Bombeiros Carlos Roberto Silva, que de forma honrosa estava trabalhando no combate aos incêndios que atingem nossa região. Em respeito à sua memória e a dor de seus familiares e amigos, a Prefeitura decreta LUTO OFICIAL de três dias.”
A prefeitura de Buritis, também na região, lamentou a tragédia. “Deixamos nossa mensagem de pesar em nome do povo de Buritis pedindo a Deus que conforte o coração dos amigos, família e de todos os Bombeiros de Minas Gerais.”
Com EM