Foi indiciado por lesão corporal o estudante de medicina José Flávio Carneiro dos Santos, de 27 anos, acusado de agredir a ex-namorada, Gabriela Campos Duarte Machado, de 22, no mês passado. O crime ocorreu na Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Gabriela usou o Instagram para desabafar sobre a violência e o post viralizou.
As agressões ocorreram no último dia 23. Foi a quarta vez que a jovem foi agredida fisicamente por José Flávio em dois anos de relacionamento, segundo ela. O suspeito saiu do apartamento dele para levar o cachorro para passear. Ele deixou o WhatsApp aberto no computador e Gabriela acabou vendo uma troca de mensagens dele com outra mulher que o tratava como namorado.
Ao voltar da rua, ele percebeu que ela havia lido as mensagens e a agrediu. Gabriela foi salva por vizinhos que ouviram os gritos de socorro. Ela postou fotos que mostram os ferimentos. Após prestar depoimento na delegacia, o estudante foi liberado mediante o pagamento de uma fiança de R$ 5 mil.
“O suspeito, ex namorado da vítima, foi indiciado por lesão corporal. O crime tem pena de reclusão de 1 a 4 anos”, informou a Polícia Civil ao Estado de Minas nesta quarta-feira (6/10). A partir de agora, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deve decidir se oferece denúncia contra ele.
Quando o caso veio à tona, a Associac%u0327a%u0303o Atle%u0301tica Acade%u0302mica Medicina PUC Minas Betim/Contagem divulgou uma nota de repúdio e comunicou que José Flávio estava fora do quadro de associados. O Diretório Acadêmico do curso também se manifestou em apoio à estudante.
A reportagem tentou falar com Gabriela nesta quarta, mas até o momento da publicação não teve retorno. No Instagram, ela comentou a notícia do indiciamento de José Flávio. “Sempre fui uma pessoa muito transparente. Poder falar sobre algo muito delicado, que eu tinha medo/vergonha e, mais do que isso, ser escutada, acolhida e respeitada, é indescritível”, escreveu em uma publicação nos Stories da redes social. “Estou tirando uma lição disso tudo, mas a mais importante de todas é perceber o qual necessário é falar sobre. Talvez um dia eu entenda que meu testemunho no Instagram foi muito além da minha própria proteção. Obrigada.”
Com EM