VÍDEO: Mulher finge infarto para escapar de estupro em Goiás

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Segundo a Polícia Militar, o homem foi preso em flagrante e o veículo apreendido (PMGO/Divulgação)

Uma mulher fingiu um infarto para escapar de um estupro no bairro Jardim América, em Goiânia. Vídeo registrado por câmeras de segurança mostra o momento em que a vítima é abordada na rua por um homem que sai de dentro de um carro, ontem (20).

Segundos depois, ela cai no chão e o autor vai embora. Segundo a Polícia Militar, o homem foi preso em flagrante e o veículo apreendido. Ele teria mostrado uma arma à mulher ara intimidá-la.

“Quando ele pega no braço dela para ela entrar no carro ela, primeiramente, entrega os pertences para ele achando se tratar de um roubo. Ele ainda insiste segurando no braço dela e tentando arrastá-la para o carro, momento em que ela finge passar mal e se deixa cair no chão”, narra ao BHAZ o 1º tenente Barutti, da Polícia Militar.

‘Disse que ia me levar, me bater, me usar’

Em vídeo divulgado pela PM, a mulher conta que estava à caminho da casa de uma amiga quando viu o veículo com o porta-malas aberto. Ao passar por ele, o homem desceu do carro e pegou no braço dela, apontando uma arma, mandando que ela entrasse no veículo.

“Ele não queria o celular, não queria nada, eu tava com R$ 10 mil e ele não quis. Ele queria eu, disse que ia me levar, me bater, me usar. Deus de meu sabedoria para eu fingir que tive um infarto. Caí no chão, fui caindo, ele tentou me pegar e eu comecei a gritar e rolar no chão”, conta vítima.

De acordo com ela, vizinhos então perceberam a movimentação e prestaram socorro, bem como acionaram a polícia. O homem, inicialmente, negou a autoria do crime, mas ao ver as imagens de câmeras de segurança ele assumiu ter abordado a mulher.

“Nossas equipes desceram para o local e após o levantamento de informações conseguimos averiguar a placa do veículo e intensificamos o patrulhamento da região. No bairro Nova Suíça e conseguimos fazer a abordagem do indivíduo”, explica a polícia.

O BHAZ procurou a Polícia Civil para saber se o homem permanece preso e aguarda o retorno. Tão logo a corporação se manifeste, esta matéria será atualizada.

Crime sexual

O crime de estupro é previsto no artigo 213 do Código Penal, e consiste em “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.

Mesmo que não exista a conjunção carnal, o criminoso pode ser condenado a uma pena de reclusão de seis a 10 anos.

O artigo 217A prevê o crime de estupro de vulnerável, configurado quando a vítima tem menos de 14 anos ou, “por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”. A pena varia de 8 a 15 anos.

Já o crime de importunação sexual, que se tornou lei em 2018, é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de alguém e sem sua anuência.

O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres em meios de transporte coletivo, como ônibus e metrô. Antes, isso era considerado apenas uma contravenção penal, com pena de multa. Agora, quem praticar o crime poderá pegar de um a 5 anos de prisão.

Onde conseguir ajuda?

Caso você seja vítima de qualquer tipo de violência de gênero ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:

  • Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher
  • av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190
  • Casa de Referência Tina Martins
  • r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221
  • Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher)
  • r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171
  • Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher
  • r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380
  • Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.

Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.

Edição: Roberth Costa

Larissa Reislarissa.reis@bhaz.com.br

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog.

Com BHZ