A ciência aposta nas ondas do mar para gerar energia; entenda

Ondas do mar podem ser uma fonte poderosa de energia. E um estudo mostrou que é possível capturar a energia por trás do constante fluxo e refluxo do oceano com um dispositivo aprimorado de coleta de “energia azul”. A pesquisa está publicada na ACS Energy Letters.

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No artigo, os pesquisadores revelam ter descoberto que é possível colher a energia da onda em um processo que simplesmente reposiciona um eletrodo do centro de um tubo oscilante cheio de líquido até a extremidade onde a água bate com mais força. Esse processo aumentou drasticamente a quantidade de energia das ondas que poderia ser coletada.

Já se sabia da possibilidade de gerar energia com o fluxo das ondas, mas a ciência ainda não havia encontrado um método para coletar tal energia de maneira considerável, ao menos até agora.

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Ondas
Imagem: Peter van Dam/Shutterstock

O dispositivo usado para coletar energia das ondas

  • O dispositivo de coleta de energia das ondas em forma de tubo, aprimorado pelos pesquisadores, é chamado de nanogerador triboelétrico líquido-sólido (TENG).
  • O TENG converte energia mecânica em eletricidade à medida que a água bate para frente e para trás no interior do tubo.
  • Uma razão pela qual esses dispositivos ainda não eram práticos para aplicações em larga escala é a sua baixa produção de energia.
  • Os pesquisadores focaram e aprimorar isso, otimizando a localização do eletrodo do tubo, algo que aumentou a capacidade de coleta de energia.

A equipe do estudo usou tubos de plástico transparente de aproximadamente 41 centímetros para criar dois TENGs. Dentro do primeiro dispositivo, eles colocaram um eletrodo de folha de cobre no centro do tubo – o local usual em TENGs líquidos-sólidos convencionais.

Para o novo design, eles inseriram um eletrodo de folha de cobre em uma extremidade do tubo, então, encheram os tubos até um quarto do comprimento com água e selaram as extremidades. Um fio conectou os eletrodos a um circuito externo.

Posicionando os dois dispositivos em uma bancada, o balancim movia a água para frente e para trás dentro dos tubos e gerava correntes elétricas, convertendo a energia mecânica, o atrito da água batendo ou deslizando contra os eletrodos, em eletricidade.

Imagem: shutterstock/Oskari Porkka

Em comparação ao tubo com design convencional, os pesquisadores descobriram que o design otimizado aumentou a conversão de energia mecânica em corrente elétrica do dispositivo em 2,4 vezes.

Em outro experimento, o tubo TENG otimizado acendeu e desligou uma série de 35 luzes de LED enquanto a água entrava na seção do tubo coberta pelo eletrodo e depois escoava.

Os pesquisadores dizem que os testes estabelecem as bases para a coleta de energia azul em larga escala das ondas do oceano e mostram o potencial de seu dispositivo para outras aplicações, como comunicações de sinalização subaquática sem fio.

Fonte: Olhar Digital