O assassinato da menina de 4 anos, morta pelo próprio primo, de 16, no domingo (4)
“A gente está muito abalada, em choque. Minha neta, minhas sobrinhas, as crianças ali todas têm uma amizade. Então brincam ali no passeio tranquilamente, sem dano nenhum, sem problema nenhum. A gente está muito abalado com essa situação porque a gente não esperava isso do próprio primo e ele fez uma pré-meditação tão bem bolada. Parece cena de filme”, conta a vizinha, que definiu o crime como brutal.
Ela conta que existe um clima de amizade entre os moradores do bairro, que têm costume de se protegerem entre si. “O bairro está muito em choque. Não esperávamos mesmo dessa forma. A gente conhece a família, cada um conhece o outro. Temos uma amizade incrível com os vizinhos. Os vizinhos protegem o outro. Então é um bairro muito bom. Mas assim, principalmente, na minha rua agora ficou sombrio. Ficou um lado muito sombrio. Quando a gente passa ali, quando eu saio no portão, o coração até aperta”, explica a vizinha.
Crime brutal
O adolescente, de 16 anos, foi apreendido pela Polícia Militar (PM) após confessar ter assassinado a própria prima, de 4 anos, com golpes de tesoura. Segundo o Boletim de Ocorrência (BO), o autor disse ter cometido o ato para se vingar do pai da criança e alegou ser vítima de bullying.
Além de matar a prima, o adolescente ainda tentou atear fogo no corpo da criança, identificada como Helena Victória de Oliveira Silva. As famílias moravam em andares diferentes do mesmo imóvel. O corpo de Helena foi enterrado na manhã desta segunda-feira (4), no cemitério Parque Repouso da Saudade.
A família notou a ausência da menina em casa, no bairro Nova Suiça, e acionou a Polícia Militar. No entanto, por acharem que Helena pudesse estar na casa de algum parente, a família dispensou os policiais. Foi então que o pai da vítima iniciou uma busca por conta própria e encontrou a filha em um matagal.
Ainda conforme o registro policial, o pai entrou em desespero, pegou o corpo nos braços e o levou para casa. A Polícia Militar foi acionada novamente, e os familiares passaram a desconfiar do primo da vítima, que havia chegado em casa com manchas de sangue.
Quando questionado pela Polícia Militar, inicialmente, o adolescente negou o envolvimento no crime. No entanto, em uma conversa, acompanhado pela mãe, ele confessou e revelou que havia planejado tudo.
Segundo ele, o assassinato da prima começou a ser planejado há três meses. Nesse período, ele chegou a fazer uma cópia da casa da prima. Segundo o autor, o pai da vítima o humilhava há algum tempo. Ele disse que era chamado de apelidos pejorativos e rotulado de “doido”. Em razão disso, o adolescente disse ter decidido causar “algum tipo de sofrimento”.