A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que efetuou, nesta segunda-feira (11/7), a primeira parcela do subsídio de R$ 237,5 milhões às empresas do transporte coletivo da capital. O valor pago foi de R$ 90 milhões para as empresas de transporte convencional e R$ 4,371 milhões para o transporte suplementar. Os recursos correspondem aos meses de abril a junho.
Em 27 de julho, após 15 dias desse primeiro repasse, está previsto um novo aumento, desta vez de 30% na frota, alcançando 21.708 viagens diárias. O descumprimento de qualquer cláusula implicará na suspensão do subsídio.
Empresas preparadas e fiscalização
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) não confirmou o recebimento do pagamento. A entidade informou, em nota, que “todas as empresas associadas já estão preparadas para cumprir a lei, ampliar o número de viagens e realizar as mudanças necessárias nos quadros de horário.”
Ainda segundo o Setra-BH, os novos horários já foram enviados e aprovados pela BHTrans e estarão disponíveis para os passageiros a partir desta segunda-feira, nas estações BHBus, pelo aplicativo BHBUs+ e dentro dos veículos.
Já a PBH informou que a fiscalização do cumprimento da lei será feita no Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH) em tempo real e por fiscais que estarão nas ruas e terminais de ônibus. A partir de amanhã (12/07), os usuários também vão poder denunciar problemas no transporte público, por meio do aplicativo de mensagem WhatsApp no número (31) 98472-5715.
De acordo com a prefeitura, as informações referentes à fiscalização serão disponibilizadas a partir de hoje no portal da PBH e atualizadas diariamente. Os dados serão referentes aos cinco dias anteriores. “Essa defasagem vai ocorrer para que se tenha o tempo necessário para a análise e consolidação dos dados coletados ao longo do dia para alimentação do sistema de divulgação.”
Esperança de melhora na qualidade dos serviços
A passageira Shirley Rodrigues, de 51 anos, pega duas linhas de ônibus para ir e outras duas para voltar do trabalho de segunda a sexta-feira e reclama da qualidade do transporte coletivo da capital. “Os ônibus demoram muito pra passar e muitas mulheres esperam no ponto. Quando o ônibus vem já está lotado porque pegou passageiros em outros pontos. Às vezes nem tem como entrar e eu acabo pegando o táxi-lotação.”
Mas Shirley diz que prefere o ônibus pois paga a passagem com o cartão que recebe da empresa. Ela conta que com os veículos cheios, as mulheres muitas vezes são vítimas de assédio. “A gente não pode nem reclamar, às vezes. Os passageiros têm que entrar pela porta traseira, o motorista fica constrangido mas precisa levar as pessoas para trabalhar. Vira uma bagunça, já vi briga.”
A passageira está esperançosa que a qualidade do serviço melhore a partir de amanhã, com o aumento do número de viagens. “Eu acho que pode (melhorar). Quando eu entrei nesse emprego, mesmo durante a pandemia, essa linha de ônibus era uma maravilha.” Segundo ela, depois que houve a redução de circulação da frota é que a situação piorou.
Shirley afirma que não sabia do canal para os usuários denunciarem problemas no transporte público por meio do Whatsapp.
A promotora de vendas Elisângela Helena, de 36 anos, também utiliza o transporte público diariamente para ir ao trabalho. “Eu pego mais ou menos uns dez ônibus por dia.” Ela mora em Contagem e também reclama da qualidade do serviço em BH. “É péssimo. O ônibus demora para passar e quando passa vem muito cheio. Às vezes, a gente costuma ir até na porta, de tão lotado.”
Elisângela avalia que o aumento das viagens já melhora bastante a situação dos usuários do transporte público na capital. Ela também não tinha conhecimento do canal para reclamações, mas diz que pode ser uma boa iniciativa. “Se eles realmente tomarem alguma atitude com relação a reclamação que a gente fizer.”
Com EM