Caso Clara Maria: ‘Consequências do que eles fizeram rebatem nas nossas vidas até hoje’, diz amigo

Nesta quinta-feira (3), a Justiça de Minas Gerais realiza a
primeira audiência de instrução do processo do homicídio da jovem Clara Maria Venâncio Rodrigues
, encontrada morta no dia 12 de março deste ano em Belo Horizonte.

A sessão estava marcada para começar às 13h30 no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, e não foi aberta ao público.

A audiência de instrução vai ouvir as testemunhas do caso. Depois, os réus
Lucas Rodrigues Pimentel e Thiago Schafer Sampaio
poderão falar pela primeira vez na Justiça sobre os crimes que são acusados.

Na porta do prédio, amigos protestaram e pediram Justiça pelo crime brutal cometido contra a jovem.

Henrique, que morava junto a vítima, contou que se mobilizou com outros amigos para procurar por Clara Maria após o desaparecimento.

Antes da audiência, ele comentou sobre a dor que ainda sente: “De novo todo tudo voltando à tona. Não é como se também tivesse sumido, né? Porque as consequências do que eles fizeram rebatem nas nossas vidas até hoje”.

Júlia Rangel, amiga da vítima, falou que
Clara Maria
acreditou que, realmente, receberia o dinheiro que Thiago Schafer Sampaio, um dos réus pelo crime, disse que a pagaria.

“A Clara morou sozinha por muitos anos, e muitas coisas da vida dela ela resolvia sozinha. Então, era comum ela não chamar ninguém, porque ela sempre acreditava que os problemas dela deveriam ser resolvidos por ela”, afirma.

Os réus respondem pelos crimes de homicídio, vilipendio e ocultação de cadáver.

Relembre o caso

O
corpo de Clara Maria Venâncio Rodrigues
, de 21 anos, foi encontrado no dia 12 de março em uma casa do bairro Ouro Preto, localizado na regional da Pampulha, em Belo Horizonte. A investigação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) aponta que ela foi brutalmente assassinada na noite de domingo (9 de março), após sair do trabalho. A vítima é natural de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e estava desaparecida desde o dia 9.

A vítima havia marcado de encontrar com o ex-colega de trabalho
Thiago Schafer Sampaio, de 27 anos
, para buscar R$ 400 que ele a devia. Thiago a atraiu para a sua residência, onde aguardava
Lucas Rodrigues Pimentel, de 29 anos
.

Thiago Schafer Sampaio devia R$ 400 a Clara Maria. Ele contou aos policiais que a matou para roubá-la. A investigação da PCMG também descobriu que ele tinha interesses sexuais pela vítima, que nunca correspondeu às investidas.

Lucas Rodrigues Pimentel disse para testemunhas que iria matar Clara Maria por a jovem o xingar após ele realizar um gesto nazista em um bar. Além disso, as testemunhas alegam que o autor confesso afirmou em determinada ocasião que tinha
interesse de cometer crimes de necrofilia
— ato sexual com cadáver.