Moradores do bairro Sagrada Família, na região Leste de BH, têm levado um susto atrás do outro com as contas de água nos últimos meses. O cozinheiro Christian Ortiz relata que desde que o hidrômetro da casa dele foi trocado pela Copasa, em outubro do ano passado, a conta dele saltou de R$ 52,41 para R$ 2.377,18.
Em conversa com o BHAZ nesta terça-feira (28), o homem conta que mora sozinho com dois gatos e que trabalha o dia inteiro em um restaurante. Ele chegou a conferir se tinha algum vazamento em casa, mas não foi encontrado nenhum dano no sistema hidráulico da residência.
“Eu fico vigiando o dia da leitura pra ver se vai passar alguém lá e não passa, nem no portão bate. Agora os valores tão oscilando, veio uma de R$ 900, outra de R$ 500, a última foi R$ 450. Trocaram o hidrômetro novamente, mas não ofereceram resposta. Disseram que a leitura está correta, só se estiverem fazendo a leitura de forma sobrenatural”, brinca ele.
‘Não tenho condições’
Também moradora do Sagrada Família, Simone Santos está revoltada com o valor da conta de água que recebeu em fevereiro. Ao BHAZ ela conta que, de um mês para o outro, a conta do prédio em que vive saltou de R$ 340 para R$ 730.
“O valor mais que dobrou. Liguei na Copasa, fiz um agendamento pro final de março e também solicitei uma revisão de conta, Eles pediram para eu não pagar até que o valor seja revisto. Eu ganho um salário mínimo por mês, não tenho condições de pagar R$ 400 de condomínio”, explica.
Em nota enviada ao BHAZ, o Ministério Público diz que apura denúncias desta natureza por meio da 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor. A reportagem também procurou a Copasa para obter um posicionamento sobre o assunto e aguarda o retorno. Tanto Christian quanto Simone pretendem tomar providências caso o problema não seja resolvido.
“Vou entrar com uma ação contra a Copasa para ver o que dá. Eu não paguei e deixei bem claro no atendimento que não vou pagar. Saio 9h para ir trabalhar, volto às 14h, fico uma horinha em casa depois trabalho até 22h. Até lá no restaurante a gente gasta em torno de R$ 200 por mês de água”, diz ele.
O BHAZ procurou a Copasa e aguarda posicionamento. A reportagem será atualizada tão logo a companhia se manifeste.
Nota MPMG
As representações realizadas estão sendo analisadas pela 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor para definição de diligências e de eventuais medidas cabíveis. Por se tratar ainda de investigação preliminar, não serão fornecidas mais informações neste momento. Para denunciar possíveis casos, a Assessoria Jurídica do Procon-MG sugere os possíveis canais de atendimento:
Consumidor.gov.br- https://consumidor.gov.br/
O Consumidor.gov.br é um serviço público que permite a interlocução direta entre consumidores e empresas para solução de conflitos de consumo pela internet. O consumidor registra sua reclamação, a empresa trata e responde, a Senacon e os Procons monitoram, e por fim, o consumidor avalia o atendimento da empresa. O serviço pode ser acessado via internet ou aplicativo móvel.
ARSAE-MG- http://www.arsae.mg.gov.br/ouvidoria/
A Agência é responsável por normatizar e fiscalizar os serviços de água e de esgoto prestados pela Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), pela Copanor (Copasa Serviços de Saneamento Integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais), pela SANARJ (Concessionária de Saneamento Básico de Araújos-MG), e pela Samotracia Meio Ambiente e Empreendidos (Alphaville – Lagoa dos Ingleses). Realiza ainda, para cada um desses prestadores, o cálculo para a revisão e o reajuste tarifário, além de atuar na mediação de conflitos entre prestadores e poder concedente (prefeituras) e no atendimento ao usuário, através do serviço de ouvidoria.
Ouvidoria: 0800 031 9293 Horário de atendimento: de segunda-feira a sexta-feira,das 8h às 17h, exceto feriados.
Procons Municipais – tps://www.mpmg.mp.br/data/files/85/F2/D6/83/521A48106192FE28760849A8/SEDC-Instituicoes%20de%20Interesse%20do%20Consumidor-Procons-ProconMG%20-%2022%20de%20novembro%202022.pdf
Com BHZ