CT-Vacinas: Belo Horizonte vai se tornar sede de centro nacional de vacinas

Falta pouco para Belo Horizonte se tornar sede de um centro nacional de vacinas. O prédio, que está sendo construído no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), contará com cinco andares e deve ser inaugurado no primeiro semestre de 2026.

O projeto vai absorver e ampliar as atividades do CT-Vacinas da UFMG, que desde 2016 atua no desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à produção de kits de diagnóstico e vacinas contra doenças humanas e veterinárias. O centro é responsável, inclusive, pelo desenvolvimento da SpiN-TEC, a primeira vacina contra a Covid-19 100% nacional a chegar à etapa de testes em humanos.

O líder da Plataforma de Imunologia Clínica do CT-Vacinas, Gregório Almeida, explica o trabalho do centro.

“O CT Vacinas é um laboratório vinculado à UFMG e à Fiocruz, e o que a gente faz é o intercâmbio entre a ciência básica e a ciência aplicada. Muitas vezes, a ciência básica, que é desenvolvida nas universidades, não consegue chegar na população alvo. É o caso de muitas vacinas, de muitos produtos imunobiológicos, muitos medicamentos que, muitas vezes, não conseguem romper a barreira dos testes em animais e ser testados em humanos e ser levado para o braço do ser humano, para os tratamentos que eles são desenvolvidos”.

Gregório também comenta sobre o novo espaço, que será referência em Minas e no país.

“Existe uma carência, uma necessidade no país de uma instituição que seja capaz de cobrir todas as etapas de desenvolvimento. Então, o CT vacinas, surgiu dessa necessidade. Ele começou como uma instituição pequena, mas eu acredito que com a pandemia de COVID-19 ficou muito clara a necessidade da gente ter um centro que seja capaz de desenvolver essa tecnologia. Acredito que o Centro Nacional de Vacinas vai ser uma instituição muito estratégica para a população brasileira, porque no advento de outras pandemias que a gente espera que aconteçam, por causa das mudanças climáticas, a gente vai ter essa capacidade de responder rápido”.

Segurança das vacinas

Ele reforça ainda o avanço das tecnologias e a segurança dos imunizantes.

A gente tem uma vantagem no Brasil, que é o Sistema Único de Saúde. Ele fornece essas vacinas de forma gratuita para população brasileira. Então, a população tem que se conscientizar da vacinação. Eu sei que muitas vezes parece que as doenças desapareceram, mas elas desapareceram justamente porque as pessoas foram vacinadas. Então, a gente não pode ‘deixar essa peteca cair’, a gente tem de continuar a vacinação, as crianças têm que ser vacinadas para que as doenças que a gente já praticamente erradicou não voltem a atingir a população brasileira”.

Além da vacina contra a Covid-19, outros imunizantes estão em desenvolvimento, entre eles, contra malária, dengue, doença de Chagas e leishmaniose.