O caso da mineira Mary Hellen Coelho Silva, de 22 anos, presa na Tailândia por tráfico internacional de drogas, ganhou novos capítulos nesta semana. E, dessa vez, a novidade pode ajudar a jovem a voltar ao Brasil.
Imagens de câmeras de segurança do aeroporto de Curitiba, capital do Paraná, flagraram Mary Hellen caminhando pelo local minutos antes de embarcar para o país asiático, em 12 de fevereiro deste ano.
Nas imagens é possível ver, também, uma mulher, que, segundo a Polícia Federal, pode ser a aliciadora que foi presa nesta quinta-feira (05/05). Além deles, as câmeras mostram ainda o outro brasileiro que também foi preso junto com a jovem de Pouso Alegre, no Sul de Minas, ao desembarcarem no Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, em Bangkok, no dia 13 de fevereiro.
O vídeo mostra que a mulher, que pode ser a aliciadora, chegou junto dos dois e os acompanhando até o embarque.
Operação ‘ONG BAK’ prende aliciadora
Nesta quinta, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, expedidos pela 9ª Vara da Justiça Federal em Curitiba. Também foram autorizadas as quebras dos sigilos bancários e telefônicos dos investigados.
Além disso, a Polícia Federal informou que examina também a possibilidade de requerer à Justiça Federal a extradição dos presos na Tailândia, para que respondam pelos crimes praticados no Brasil. Eles estão sendo investigados por crimes de tráfico internacional de drogas e associação criminosa para o tráfico. As penas somadas podem chegar a 25 anos de reclusão.
Presa há quase três meses
Mary Hellen foi detida ao chegar no aeroporto da capital tailandesa, em 13 de fevereiro. Ela estava acompanhada de um rapaz, de 27 anos, que é paranaense. Os dois embarcaram juntos no aeroporto de Curitiba.
Conforme comunicados das autoridades do país asiático, o sistema de raio-x mostrou que nas três malas usadas pelo casal havia cerca de nove quilos de cocaína. Um terceiro brasileiro, de 24 anos, também foi preso no mesmo dia em Bangkok, com mais seis quilos de cocaína. Ele estava em outro voo, que também tinha partido de Curitiba.
A investigação
As investigações da Polícia Federal tiveram início logo após a prisão dos brasileiros em Bangkok e apontaram que os dois homens já haviam viajado para o exterior, antes do período da pandemia de COVID-19, em situações que denotam que estariam transportando drogas.
A reportagem do portal Terra do Mandu conversou com a advogada Kaelly Cavoli, que representa a família de Mary Hellen. A advogada destaca que a jovem ainda não é investigada pela Polícia Federal.
A PF examina a possibilidade de requerer à Justiça Federal a extradição dos presos na Tailândia, para que respondam pelos crimes praticados no Brasil. A advogada de Mary Hellen reforça esse pedido para que a jovem volte ao Brasil.
Possíveis atenuantes para Mary Hellen
A advogada destaca o fato de que a jovem pouso-alegrense nunca tinha saído do Brasil. Mary Hellen não tinha envolvimento anterior com o grupo que está sendo investigado pela Polícia Federal. A mineira também não tinha condições financeiras para fazer uma viagem internacional.
“Então, tudo leva a crer que ela foi ‘pescada’ pelos aliciadores”. Kaelly Cavoli ainda afirma que apenas Mary Hellen poderá dizer se sabia que estava transportando drogas na bagagem.
Primeira chamada de vídeo e morte da mãe
No último dia 26 de abril, Mary Hellen fez a primeira vídeo chamada do presídio em Bangkok com a irmã Mariana Coelho, que está em Pouso Alegre. Desde que foi presa, a jovem tinha conseguido enviar apenas uma carta, escrita por terceiros.
(Iago Almeida/Especial para o EM)
Com EM