InícioNotíciasPasseata Raulseixista em BH celebra o pai do rock brasileiro
Passeata Raulseixista em BH celebra o pai do rock brasileiro
“Toca Raul”. Quem já não soltou este grito em algum show por aí? A aclamação persegue músicos de todos os gêneros há décadas, desde que Raul Seixas, o mito Raulzito, partiu para outro plano. Sempre homenageado, jamais esquecido, ontem, a “Passeata Raulseixista”, organizada pelo Raul Rock Club BH, percorreu o centro da capital em homenagem ao Maluco Beleza.
Cantando as canções de Raul, o grupo se concentrou na Praça Sete, ocupando uma faixa na Av. Amazonas, em direção a Praça Raul Soares. A passeata recebeu elogios de pedestres e de moradores, que gritavam o tradicional “Toca Raul” das janelas de prédios no trajeto.
Os organizadores contaram que há mais de 20 anos há uma passeata para Raul Seixas em São Paulo. Ela ocorre todo ano no dia 21 de agosto, data da morte do ídolo. E neste sábado (11/06), a capital mineira viveu a primeira passeata Raulseixista de BH. Momento de celebração das obras desse grande músico.
Júnior Oliveira, presidente do fã clube, destaca que a passeata era muito esperada por BH, já que os fãs “tinham necessidade de também prestar este tributo que ocorre em várias cidades do pais”.
A “Passeata Raulseixista” de BH sempre será em junho. E Júnior explica o por que: “Raul adora junho, nasceu no dia 28, e os grandes lançamentos dos seus álbuns foram neste mês. Em BH, ela será sempre aos sábados e o mais próximo do dia 17, data da primeira passeata, de 1973, comandada pelo próprio Raul para celebrar o compacto Oro de Tolo. Ele, sua mulher, Edith Wisner, norte-americana, Paulo Coelho, também com sua mulher, Adalgisa Rios, lideram a passeata, com o apoio da gravadora na época, a Phillips. Queremos resgatar esta data”.
Tirar Raul do bar e o levar para a rua
Júnior enfatiza que a passeata também é uma forma de “tirar Raul do pub, do bar e o trazer para a rua. Hoje, vi uma sena impactante. Um homem, com boa situação financeira, comprou dois copos de cerveja e deu um para um morador de rua. Depois, tomou um gole da cachaça do morador. Isso é a união, é o que é a sociedade alternativa”.
Considerado por muitos como o pai do rock, um dos artistas mais icônicos do Brasil, perseguido pela ditadura, Raul Seixas foi encontrado morto 21 de agosto de 1989, vítima de um ataque cardíaco.
O cantor baiano famoso por ‘Metamorfose Ambulante’ e ‘Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás’ mais de três décadas vive no imaginário dos fãs. Tão presente que, com a pandemia mundial da COVID-19, a música “O Dia Em Que A Terra Parou”, de 1977, ressurgiu, sendo associada ao período de isolamento, a quarentena imposta pelo coronavírus. Um gênio atemporal.
Júnior lembra que as passeatas não seriam possíveis sem o papel de Silvio Passos, presidente oficial do fá clube do Raul, de São Paulo, que é “um guardião da obra do Raul, e quem começou todo o movimento para que tudo acontecesse. E tem ainda o programa Mosca na Sopa, na webrádio, que proporciona o encontro de gerações, mantendo Raul sempre vivo”.