Protesto para Regap e cobra Petrobrás por morte de petroleiro no Rio

Protesto na Refinaria Gabriel Passos (Regap)
Trabalhadores da Regap cruzaram os braços e fizeram ato em memória do caldeireiro José Arnaldo de Amorim, morto enquanto trabalhava no Rio de Janeiro (foto: Sindipetro-MG/Divulgação)

Trabalhadores da Refinaria Gabriel Passos (Regap) em Betim, na Grande BH, amanheceram em protesto na manhã desta quinta-feira (23/2). O ato pede justiça por José Arnaldo de Amorim, vítima de acidente fatal na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro. Articulado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), o movimento ocorre simultaneamente em ao menos dez cidades brasileiras.

O caldeireiro, de 50 anos, morreu durante o turno de trabalho no sábado (19/2), enquanto realizava manutenção de um tanque de processamento de gasolina.
Empunhando faixas e cartazes, os manifestantes paralisaram as atividades na Regap por cerca de 2h30. Eles responsabilizam a Petrobrás pela morte de Amorim e cobram condições adequadas de segurança no trabalho.
“Infelizmente, os combustíveis da Reduc estão batizados com sangue. Desta vez foi o companheiro José Arnaldo, que perdeu a sua vida enquanto estava vendendo sua força de trabalho. É inadmissível que ainda tenhamos mortes como estas. Estamos cobrando providências tanto da empresa, como dos órgãos de fiscalização, para que investigações sejam feitas acerca deste acidente, para evitarmos que novos acidentes venham a ocorrer”, diz Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.

 

Segurança

Amorim trabalhava como terceirizado da C3 Engenharia. Ele desmaiou enquanto estava confinado dentro da U-4500, vaso7, equipamento onde ocorre o processo de hidrodessulfurização de gasolina (HDS).
Segundo líderes sindicais, o funcionário foi resgatado mais de uma uma hora depois do desmaio. A morte dele foi constatada pelo filho, Jhonatan Amorim, de 27 anos, que também trabalha na Reduc. O jovem questiona as condições de segurança proporcionadas ao pai. A perícia, a princípio, concluiu que o óbito ocorreu por engasgamento. A família, no entanto, contestou o laudo e levanta a hipótese de morte por intoxicação por gases. Um novo procedimento de investigação foi aberto.

Nota da Petrobrás

Procurada pelo Estado de Minas, a Petrobrás negou demora no socorro do caldeireiro e disse que está em contato com a empresa C3 para prestar apoio à família do colaborador.
“A companhia acompanhará o caso junto a empresa contratada e formou uma comissão para investigação que permita esclarecer as circunstâncias da ocorrência. As autoridades competentes foram comunicadas”, diz o texto enviado à reportagem.

Leia a nota na íntegra

“A Petrobras lamenta informar que, no último sábado (19/02), um colaborador da empresa C3 Engenharia faleceu durante atividade de manutenção no interior de um equipamento na Refinaria Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. O colaborador recebeu atendimento médico imediatamente no local, e foi levado para atendimento externo, mas, infelizmente, não resistiu.
A Petrobras está em contato com a empresa C3, para prestar todo apoio à família do colaborador neste momento difícil. A companhia acompanhará o caso junto a empresa contratada e formou uma comissão para investigação que permita esclarecer as circunstâncias da ocorrência. As autoridades competentes foram comunicadas.”