A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito da morte de uma mulher em um hotel do Centro de Belo Horizonte, no último dia 28. As investigações apontaram que o crime foi cometido pelo ex-companheiro da vítima, que não aceitava o fim da relação.
Na data do crime, a vítima de 45 anos foi encontrada morta com sinais de estrangulamento. Já o suspeito, de 46, foi preso em Matozinhos, na região metropolitana de BH, na última quarta-feira (13).
Segundo apurado pela polícia, o homem já mantinha uma união estável com outra mulher, mas convenceu a vítima a ficar com ele após uma série de mentiras. Os dois se conheceram durante uma festa, em abril deste ano.
Relação conturbada
De acordo com a delegada que coordena as investigações, Ingrid Estevam, quando conheceu a vítima o homem ostentava uma vida financeira que não condizia com a realidade. Ele também não contou a ela que tinha outro relacionamento.
Ao descobrir as mentiras, a vítima se afastou. “Foi quando ela decidiu pôr fim ao relacionamento, já que ele estava mentindo acerca de muitas coisas e isso poderia gerar mais problemas”, conta a delegada.
No entanto, o homem a convenceu de reatar o relacionamento, alegando que a esposa dele estava muito doente, motivo pelo qual ainda não havia se separado. Tempos depois, ao descobrir mais uma vez a farsa inventada pelo homem, a vítima decidiu pôr um fim definitivo no relacionamento.
Morte por estrangulamento
Após inúmeras tentativas fracassadas de reatar o relacionamento extraconjugal, o homem ligou para a vítima e mentiu que sua mãe tinha morrido. Ele então pediu que ela o ajudasse a resolver as situações burocráticas relacionadas a inventário de herança e funeral.
Como a família da vítima não aprovava a relação dos dois, o ex-casal se hospedou em um hotel do 20 de setembro até a data do crime. No tempo em que permaneceram no local, um comparsa do suspeito ligou para a vítima se passando pelo pai do homem e a ofereceu um salário de R$12 mil para que ela cuidasse do ex.
Desconfiada da situação, a mulher ligou para a irmã, que alertou a vítima sobre o golpe e orientou que ela fosse embora. A polícia acredita que nesse momento, ao informar que iria embora, o suspeito teria se descontrolado. “Quando ela decide ir embora, o suspeito pega ela, a deixa desacordada e a estrangula com uma extensão”, explicou a delegada.
Canais de denúncia
Para a chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídio e Proteção à Pessoa, a delegada-geral Letícia Gamboge, o caso evidencia a importância das campanhas de prevenção aos crimes contra a mulher.
“Mais uma vez, o Departamento de Homicídios chama a atenção para essa questão da violência doméstica e intrafamiliar contra a mulher. Havendo situação de violência doméstica, denuncie! Não deixe que ocorra, efetivamente, o fato mais grave, como infelizmente ocorreu nesse caso”.
Se você vive uma situação de violência, conhece quem vive e deseja ajudar ou mesmo se algum dia presenciar alguma situação de violência, existem diversos canais de denúncia anônima, dentre eles:
- Disque 190 – Em caso de violência ou sinais de briga;
- Disque 180 – Para denunciar violência doméstica;
- Disque 100 – Para denunciar violência contra crianças.
A denúncia também pode ser feita presencialmente, na Delegacia de Mulheres da sua cidade, no Centro Especializado de Atendimento à Mulher ou na Defensoria Pública Especializada na Defesa dos Direitos da Mulher em Situação de Violência.
Com PCMG
Com BHZ