A Polícia Civil investiga a morte da engenheira Júlia Moraes Ferro, 29, após uma cirurgia de lipoaspiração em uma clínica do bairro Serra, na região Centro-Sul de BH. A jovem veio a óbito na última sexta-feira (22) depois de passar 14 dias no CTI (Centro de Terapia Intensiva).
Pelas redes sociais, a mãe de Júlia informou que a engenheira sofreu uma parada cardíaca após o procedimento cirúrgico. As circunstâncias da morte estão sendo apuradas e serão informadas em “em momento oportuno”, garante a polícia.
Nesta quinta-feira (28), a advogada Bárbara Abreu, que representa a clínica Sebastião Nelson, informou que todos os exames apresentados por Júlia “comprovaram plena condições para a realização da cirurgia”. “Esclarecemos que toda assistência à Julia foi prestada, tanto nos momentos pré e pós-operatórios, quanto no decorrer do procedimento”, argumentou a profissional, em nota enviada ao BHAZ.
Ainda de acordo com a defesa do estabelecimento, Júlia “foi informada quanto aos riscos que todo procedimento médico invasivo apresenta” (leia na íntegra abaixo).
‘Seu coração lindo já bate em outra pessoa’
No Instagram, a mãe da jovem, Patrícia Moraes, disse que os órgãos de Júlia serão doados. O desejo, da própria engenheira, havia sido comunicado à família há meses atrás.
“Há poucos meses, Júlia, que nunca ficou doente, conversou comigo sobre o que ela gostaria que eu fizesse quando ela partisse. Ela disse que não queria velório, não queria ficar numa cama de hospital e gostaria que eu doasse todos os seus órgãos”, escreveu.
“Minha filha, nós faremos tudo como você deseja. Hoje, Júlia doou todos os seus órgãos e salvou muitas e muitas vidas. Seu coração lindo já bate em outra pessoa. Minha família está muito grata por todas as manifestações de carinho. Nós seguimos fortes e acreditando no amor de Deus”, finaliza a mãe.
Nota da clínica na íntegra
A Clínica se solidariza com os familiares de Júlia Moraes Ferro e somos a principal interessada no esclarecimento de todos os fatos. A vida e bem-estar das nossas pacientes é prioridade e jamais estivemos diante de tamanha fatalidade.
Em casos como este, a parte médica fica em posição de extrema vulnerabilidade para demonstrar publicamente a verdade, tendo em vista que para comprovar a correta conduta seria necessário publicar dados, fornecer prontuário e exames da paciente, o que somos vedados em razão do sigilo médico.
Como já é da nossa rotina de cuidados, esclarecemos que toda assistência à Julia foi prestada, tanto nos momentos pré e pós-operatórios, quanto no decorrer do procedimento. Júlia apresentou exames que comprovaram plena condições para a realização da cirurgia e foi informada quanto aos riscos que todo procedimento médico invasivo apresenta.
Durante e após a cirurgia, a paciente foi o tempo todo assistida pela equipe médica composta, inclusive, por médica anestesista que esteve integralmente ao lado da paciente. O prontuário de Júlia foi entregue imediatamente no ato da solicitação feito pela família.
O cirurgião responsável pelo procedimento é habilitado, tendo cumprido todas as etapas de formação e possui Registro junto ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM MG) e título de especialista em Cirurgia Plástica.
Até o momento, não há nenhum indício de má-conduta médica. Aguardamos a conclusão do laudo necropicial do Instituto Médico Legal para novos posicionamentos.
A Clínica e seus profissionais continuam à inteira disposição para maiores esclarecimentos.
Belo Horizonte, 28 de abril de 2022.
Bárbara Abreu
Advogada Clínica
Com BHZ