Venda Nova e Região Noroeste têm alerta de risco geológico até sexta

Trincas nas paredes, portas e janelas emperrando, muros estufados e estalos. Esses são sinais clássicos de que um imóvel está sob situação de risco geológico causado pelas chuvas. Em Belo Horizonte, as regiões de Venda Nova e Noroeste estão em alerta até sexta-feira. O aviso, emitido pela Defesa Civil da capital, alerta os moradores das regiões e pede que eles estejam atentos aos sinais de deslizamentos, quedas de muros e desabamentos. Conforme o órgão, a população deve prestar atenção em locais com água empoçando, rachaduras no solo, água minando da base de encostas, inclinação de postes ou árvores são indícios claros de que o local tem alta saturação do solo, por exemplo. Nesses casos, a recomendação é que as pessoas saiam imediatamente dos imóveis e liguem para a Defesa Civil, pelo 199, e em caso de emergência para o Corpo de Bombeiros, pelo 193.
Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que o risco geológico “é muito dinâmico” e que as mudanças exigem monitoramento permanente. Apesar das duas regionais que estão em alerta, outros pontos da cidade também são vistoriados regularmente pela Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), como Rua do Grotão, no Bairro Havaí; Rua Patrício Barbosa, na região do Califórnia; Rua Sustenido, na Vila do Cafezal; Rua Teodomiro Cruz, no Bairro Novo São lucas; Ocupação do Izidora; Vila Beira-Linha; e a Região do Novo Lajedo.
“As áreas de propriedade particular, ocupadas irregularmente, apresentam maior preocupação do poder público, pois quando o município adquire autorização jurídica para atuação, o local já apresenta consolidação das moradias, sendo necessário intervenção emergencial para retirada imediata das famílias”, informou a administração municipal.
No Bairro Nova Esperança, na Região Noroeste, moradores da Rua Martins Alves há mais de um ano têm que conviver com uma cratera no meio da rua. A condição fica ainda pior com o grande volume de chuvas esperado, que aumenta o risco geológico na região. Segundo moradores, em 8 de janeiro, uma adutora da Copasa rompeu aumentando o buraco. José Maria, de 56 anos, mora em frente ao local, e desde que a cratera se abriu ele tem pago estacionamento privado por não poder usar sua garagem. Ele conta que seus pais tiveram que se mudar e que, agora, ele também terá que sair de casa devido aos riscos.
Em nota, a Secretaria Municipal de Zeladoria Urbana (Suburb) informou que a construção de um muro gabião já foi concluída, mas que o fechamento do buraco e recomposição da via “dependem das condições climáticas”. Além disso,  três imóveis foram interditados totalmente e um parcialmente, por questões de segurança.

Previsão do tempo

 E a chuva vai continuar presente o resto da semana em BH e região metropolitana. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para hoje é de céu encoberto por nuvens e precipitações a qualquer hora. Mesmo assim, o clima fica abafado, com os termômetros marcando mínima de 18°C, e máxima de 28°C. O mesmo acontece amanhã. Já na sexta-feira (27/1), a previsão é que o céu amanheça parcialmente nublado e haja uma abertura durante a tarde. Com isso, há possibilidade de pancadas isoladas durante a manhã e tempo mais estável durante o fim do dia.
Até a manhã de ontem, a capital estava em alerta de chuva, com possibilidade de acumulado de até 70mm, raios e rajadas de vento em torno de 50km/h. Ainda conforme a Defesa Civil, até a manhã de ontem, todas as regionais de BH já haviam ultrapassado a média climatológica para o mês, de 330,9mm. A região onde mais choveu até agora é a Centro-Sul, que registra 459,4mm de acumulado, seguida da Regional do Barreiro (457,8mm), Venda Nova (438,4mm), Oeste (432,8mm), Noroeste (404mm), Pampulha (401mm), Norte (352,6mm), Nordeste (346 mm), e Leste, com 336,8 mm.

Com EM