Os candidatos a prefeito Neidson Dias Freitas (MDB) e a vice Rosilene Félix Guimarães “Rose” (PSD) – 15, apresentaram a mensagem que passa a ser discutida com os eleitores a partir desta sexta-feira (16); “Para mudar, renovar e fazer o certo”.
Eles também já estão com o plano básico de governo 2025/2028 da coligação Itabira Para os Itabiranos, registrado e disponível no endereço “divulgacandcontas.tse.jus.br”. Em breve será publicado o plano definitivo para avaliações e sugestões.
É sabido que Itabira vive o drama do fim do minério. Para piorar a situação, o cidadão acompanha a paralisação de grandes projetos e nenhuma obra estruturante, um retrocesso de 40 anos, mesmo com a Prefeitura movimentando receita histórica de mais de R$ 4 bilhões.
Sem tempo a perder, Neidson e Rose, além de assumirem o compromisso de manter o que está bom e melhorar o que precisa ser melhorado, vão reabrir o diálogo com a Vale e os governos Estadual e Federal, propondo a retomada das obras da estrada ferroviária de passageiros e cargas Itabira-Belo Horizonte.
Este será o tema central das discussões com o eleitor itabirano, que prevê atenção às ações estruturantes. O objetivo é trazer de volta um projeto real, paralisado há décadas, e que vai contribuir verdadeiramente para o desenvolvimento socioeconômico de Itabira.
“Precisamos completar nossa logística para que Itabira avance de vez. É essencial ter uma agenda com a Vale para definir medidas de compensação para serem efetivadas agora, visando diversificar nossa economia. Queremos que a Vale retome a construção da estrada de ferro como contrapartida, ligando Itabira a Belo Horizonte, com transporte de cargas e passageiros. Não é um transporte pesado; é para ir e vir com segurança e pontualidade, movendo pessoas e cargas médias. Hoje, é imprevisível viajar para a capital e saber a que horas chegaremos a Belo Horizonte, um absurdo para uma cidade que tanto enriqueceu o Brasil. Uma parceria público-privada com a participação dos municípios por onde a ferrovia passará garantirá receita, logística e desenvolvimento em nossas mãos”, consideraram Neidson e Rose.
Saiba um pouco da história do ramal ferroviário Itabira-Belo Horizonte
Logo após a conclusão do trecho ferroviário Itabira-Vitória (ES), na década de 1940, o Governo Federal dava início à nova malha, de 100km, de Itabira a Belo Horizonte, por meio do projeto Ferrovia Atlântica Centro-Oeste.
A obra foi iniciada no governo Eurico Gaspar Dutra (1946/1951). O propósito da linha Itabira-Belo Horizonte era a interligação do leste com o oeste para ampliação do corredor de exportação Minas-Goiás.
No início, a obra empregava centenas de trabalhadores, cortava fazendas ao meio, abria túneis nas montanhas na marginal Bom Jesus do Amparo a Santa Luzia, via Nova União, Taquaraçu de Minas e Ravena.
No total, foram construídos 27 túneis, centenas de bueiros e incontáveis cortes e obras mas, em agosto de 1954, com a morte de Getúlio Vargas, a obra, sem explicações, foi abandonada, deixando perto de 40% do cronograma de ações executados e um investimento de 800 milhões de dólares perdido.
Já em Itabira, as mesmas ações seriam feitas nas regiões do Chapada e Turvo, chegando a Bom Jesus do Amparo, tudo já mapeado e em fase de acordos de desapropriação e devidos nomes e marcações das estações de embarque e desembarque de passageiros e de mercadorias.
Em Itabira: estações Itavale, Chapada, Turvo e Ipoema. Em Bom Jesus: estações Bom Jesus e Amapá. Em Taquaraçu de Minas: estação de mesmo nome. Em Sabará: estações Ravena, Campo Santo Antônio, Gaíras, Gatu e Alvarenga. Em Santa Luzia: estações Várzea dos Crioulos, Bonanza (Faustino) e Santa Luzia. Já em Belo Horizonte: estações Córrego das Caçadas e Capitão Eduardo.
Há relatos de que a ferrovia seria estendida para Peçanha, no Centro-Nordeste, e passaria por Santa Maria de Itabira, Ferros, Senhora do Porto, Guanhães e São João Evangelista.
Contudo, já no governo de Juscelino Kubistchek (1956/1970), a opção por malhas rodoviárias virou regra, preferência que divide opiniões devido ao retrato atual das estradas, uma verdadeira carnificina, custos elevados e progresso engessado.
Já se passaram sete décadas e a opção dos governos brasileiros segue sendo as rodovias, com custo de manutenção altíssimo, emissão de gás carbônico e milhares de vidas perdidas em acidentes, contrário às linhas férreas, um modelo supervalorizado desde o século XVIII por países industrializados, por ser mais seguro, eficaz e barato.
É por meio desta breve história, contada pelos jornalistas José de Almeida Sana e Márcia Lage, e registrada nas edições de setembro e outubro de 2007 da revista DeFato, que Itabira, e cidades envolvidas no projeto, voltará, de forma coerente e responsável, a discutir com a Vale e os governos Estadual e Federal a redenção econômica de Itabira por meio da malha ferroviária Itabira-Belo Horizonte.
“Este compromisso e todos os outros no nosso plano de governo, são propostas responsáveis, coerentes, possíveis de serem realidade se discutidas por pessoas sérias, comprometidas com o verdadeiro progresso de Itabira por meio de obras estruturantes”, afirmam os candidatos.