Bom aluno pode ser mau estudante

Desde muito tempo, ouve-se especialistas e autoridades falarem que a saída para o Brasil se desenvolver só por meio da educação. E logo vem o complemento de que tem de ter ensino de qualidade. Isso todo mundo defende e o autor só reforça, mas com muitas peculiaridades em relação ao que vem sendo ensinado.

Por sugestão de um amigo, Antonio Rubene Novais Teixeira, acabei de ler três best-sellers, todos com uma abordagem inovadora sobre ensino. Os livros de Pierluiggi Piazzi são: Aprendendo Inteligência, Estimulando Inteligência e Ensinando Inteligência. Não li o livro dele que dá dicas de como estudar para concursos.

Diversas variáveis sobre a educação são abordadas, além de trazer explicações científicas sobre como ocorre o aprendizado. Entretanto, o foco principal é trocar a valoração do bom aluno, aquele que estuda para tirar notas altas, pelo bom estudante que, em vez de buscar boas notas, buscam aprender, cada um conforme suas possibilidades. Mas aprender.

Tem uma crítica contundente a toda estrutura escolar e de autoridades em geral por ter deixado os alunos fazerem o que bem entendem dentro das escolas. Reforça que para ter um ensino em que o aluno aprenda a ordem de hierarquia deve ser retomado. Esse trecho exemplifica bem: “A verdadeira função de uma escola é tornar seus alunos cidadãos capazes, éticos, solidários e inteligentes.”

Diante da impossibilidade de exemplificar todas as abordagens neste espaço, cabe destacar a posição defendida de que a escola é lugar no qual o aluno ver, em casa, estudando sozinho, ele entende e dormindo ele aprende. Para seguir esse processo, seria indispensável que o assunto da aula fosse estudado no mesmo dia, sempre com anotações à caneta. Essa tese é reforçada pelo provérbio: “se eu escuto…esqueço; se eu vejo…entendo; se eu faço…aprendo”.

Enfatiza que “Estudo não é questão de quantidade, mas de qualidade.” “Você não deve estudar mais, deve estudar melhor.” E essa é a regra maior para transformar bons alunos em estudantes.

Definindo a função da escola, diz o autor que “a verdadeira função de uma escola é tornar seus alunos cidadãos capazes, éticos, solidários e inteligentes.” E sobre o melhor meio de aprendizado seria “por incrível que possa parecer, é mais importante o tempo que você passa estudando sozinho do que aquele que passa assistindo às aulas.”

Independentemente de qual seja a posição individual sobre como melhorar o ensino brasileiro, uma mudança substancial só viria com a participação efetiva da sociedade. Os órgãos oficiais já demonstraram que, isoladamente, ou não têm força ou falta interesse para padronizar, universalizar adequadamente e qualificar o ensino no Brasil.

Pedro Cardoso da Costa

Interlagos-SP