Tragédia em Brumadinho: atingidos protestam contra fim de indenização mensal

Atingidos pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, protestam pela continuidade do Programa de Transferência de Renda (PTR), indenização paga a 154 mil pessoas de Brumadinho e da bacia do rio Paraopeba. A partir de março, o valor do benefício será reduzido pela metade para adultos; um ano depois, está previsto o fim dos pagamentos. O ato ocorreu nesta sexta-feira (24 de janeiro).

O protesto foi organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Foram realizadas ações no saguão da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e na porta do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Parte do grupo também participou de um encontro com representantes do órgão estadual para tratar da continuidade do PTR.

Para a organização, o fim do auxílio viola a Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (Pnab). Entre os pontos, a legislação, sancionada em dezembro de 2023, assegura que as comunidades atingidas por acidentes ou desastres têm direito a auxílio que “assegure a manutenção dos níveis de vida até que as famílias alcancem condições pelo menos equivalentes às anteriores”.

A redução dos repasses, cujos valores chegam a um salário mínimo por adulto, estava prevista no acordo de reparação, firmado pelo governo de Minas Gerais, em parceria com instituições de Justiça (Ministério Público e Defensoria Pública), com a mineradora Vale. Ao todo, a mineradora destinou mais de R$ 4,4 bilhões para essa finalidade.

Tragédia em Brumadinho

A tragédia de Brumadinho completa seis anos neste sábado (25 de janeiro). Em 2019, o rompimento da barragem B1, da mineradora Vale, na mina de Córrego do Feijão, destruiu cerca de 300 hectares de terra e matou 270 pessoas, incluindo duas mulheres grávidas.